O Coletivo Cidade e Memória propõe aos participantes de seus encontros no primeiro semestre de 2019 um conjunto de atividades de visitações, caminhadas, experimentações, estudos e práticas artísticas que visam aliar o prazer estético à reflexão lógica concebidos como uma unidade indissolúvel, chamada pela civilização ocidental de pensamento. O prazer gratuito, embora necessário, se for expandido indefinidamente nos levará ao puro consumo das experiências do mundo como um bazar de excentricidades fúteis. Por outro lado, as indagações intelectuais puras sem serem irrigadas e alimentadas pelos sentidos e pelo confronto com a diversidade material do mundo nos conduzirão à ilusão, e à atitude de arrogância diante do outro. Ambas atividades isoladas e fragmentadas nos condenam à mais triste das condições: nos levam à ignorância.
Nos colocarmos diante dos objetos, dos edifícios, das pessoas e de suas narrativas, dos seres aos quais nos habituamos chamar “natureza”, sempre os indagando, procurando decifrá-los à luz dos discursos da filosofia, das artes plásticas, da história da arte e das ciências sociais, necessariamente aliados à observação daquilo que sentimos e percebemos no momento da nossa exposição a eles, tem sido o espírito que orientou as atividades do Coletivo Cidade e Memória desde sua criação, e que pretende se expandir a partir deste semestre. A cidade é o grande fenômeno a ser decifrado, e sua percepção assume vários sentidos além da imagem comum que nos vem à mente: a cidade é o lugar do entrelaçamento dos negócios humanos, e é neste lugar que qualquer forma de construção do sentido pode ocorrer, independente de sua dimensão física e espacial ou da importância que possa assumir (grande ou nula) como irradiador de cultura e civilização para além de si mesmo.
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